Pediatra lança livro com dicas preciosas para os pais
Publicação reúne quase 40 textos sobre diferentes etapas do desenvolvimento dos filhos
Por Extra — Rio de Janeiro
Foto: Ana Maria Machado / divulgação
O que fazer se o filho não quiser comer verduras? Qual a melhor hora de botar para dormir? O que responder se o pequeno fizer uma pergunta embaraçosa? O pediatra Roberto Cooper, um dos mais respeitados do país, também não tem essas respostas. E por um motivo simples: criança não vem com manual. Mas um livro com dicas e reflexões preciosas ajuda muito os pais, especialmente aqueles de primeira viagem. É exatamente isso que Cooper apresenta em "A bula de cada criança – O olhar humanista de um pediatra sobre como cuidar dos filhos sem receita pronta", que será lançado nesta sexta-feira, às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon.
– Os pais sabem muito mais sobre seus filhos do que imaginam. O papel do pediatra é o de orientar e fornecer ferramentas para que eles possam exercer suas funções com confiança, paciência e criatividade. Pais confiantes tendem a criar filhos mais seguros e independentes – diz Cooper, que também é professor de Medicina e foi consultor de pediatria da Organização Mundial da Saúde.
O livro reúne quase 40 textos úteis, que tratam de diferentes etapas do desenvolvimento dos filhos, desde o nascimento até o início da adolescência. Ele defende, por exemplo, que levar a criança para cozinha é uma boa forma de fazê-la ter uma alimentação mais saudável. Ou que um brinquedo improvisado pelos pais pode despertar mais criatividade do que um comprado pronto.
– A criatividade é uma das virtudes para se criar filhos e valorizá-la é importante, porque cada criança é diferente uma da outra. Precisamos ter a ousadia de criar, errar, aprender e criar novamente – afirma.
Cooper ressalta que as crianças devem conhecer o mundo a partir dos sentidos. Por isso, ele alerta para o cuidado que se deve ter ao apresentar celulares, tablets e outros aparelhos eletrônicos para crianças, especialmente as menores de 2 anos.
– Para compreender que as coisas são tridimensionais, a criança precisa pegá-las, cheirá-las, colocar na boca, atirar longe... Uma tela apresenta um mundo plano para um ser humano que ainda está em desenvolvimento. Sem contar que a hora da tela rouba o tempo que a criança poderia estar ao ar livre, mexendo com terra ou brincando no parquinho – explica.
Em vários momentos do livro, Cooper destaca a importância de os pais darem autonomia para os filhos, mas sabendo usar a autoridade na hora certa, sem se sentirem culpados. Impor limites, segundo ele, é uma forma de amor.
– Pais que se sentem culpados por passar pouco tempo com os filhos se tornam permissivos demais. A melhor forma de compensar a ausência é aproveitar intensamente os poucos minutos que têm brincando, com trocas de afeto e de carinho – orienta.
Trechos do livro "A bula de cada criança":
– As mães deveriam confiar mais na sua emoção ao olhar para o seu bebê e desconfiar de todas as regras e métodos que tentam lhe empurrar. Os pais são os verdadeiros especialistas nos seus filhos.
– Filhos fazem perguntas simples, algumas impossíveis de serem respondidas sem que voltemos aos livros (ou ao Google). Exigem um exercício de aprendizado. Com nossos filhos, exercitamos a humildade do não saber e sentimos prazer de aprender.
– Pais não precisam ser perfeitos. A perfeição exclui o bom humor e transforma qualquer possibilidade de sorriso em cobrança e culpa. Pais humanos, limitados e imperfeitos ganham como bônus o relaxamento do riso e o prazer do afeto.
– Alguns pais confundem esforço ou superação de dificuldade com sofrimento e, à menor frustração vivida pelos filhos, já querem eliminar o problema.
– A singularidade de cada criança é fundamental. Se um sapato tamanho 40 fica apertado e um 41 fica folgado, diremos que "meu pé tem defeito: não cabe nas numerações". Ora, o defeito é das numerações que não atendem à nossa singularidade. Como as crianças são únicas, pais também não devem se sentir culpados ou com "defeito".
– Filhos não seguem o plano que traçamos para eles. Começam a se "rebelar" quando nascem e demonstram que possuem existência própria. Não se comportam como os livros diziam.
fonte:https://extra.globo.com/
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