Número de candidaturas a prefeito tem queda de 15,14% na região em comparação com 2020
José Cruz/ABr
Para eleições de 2024, total de concorrentes ao Executivo dos municípios do oeste paulista é de 157; na última corrida eleitoral municipal, foram 185 candidatos
Eleições - CAIO GERVAZONI de O Imparcial de Presidente Prudente
Houve queda de 15,14% no número de concorrentes ao comando das prefeituras dos municípios da região de Presidente Prudente. A constatação parte de um levantamento realizado pela reportagem de O Imparcial junto aos dados do sistema DivulgaCand, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para as eleições de 2024, o total de candidaturas ao Executivo dos municípios do oeste paulista é de 157. Na última corrida eleitoral municipal, realizada em 2020, foram 185 candidatos.
Os municípios com mais postulantes ao cargo de prefeito são Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Rancharia. Em cada uma destas cidades, seis pessoas estão no páreo para assumir a Prefeitura.
Em Martinópolis, Panorama e Santo Anastácio são cinco candidatos na disputa. Em 10 municípios da região, quatro pessoas concorrem pela vaga no Executivo. Doze cidades apresentam três candidatos. Os eleitores de 23 municípios terão apenas duas opções para eleger seu representante na Prefeitura.
Já em Inúbia Paulista e em Piquerobi, o eleitorado dos respectivos municípios terá apenas uma opção de candidato a prefeito na urna eletrônica no dia 6 de outubro.
Diariamente, O Imparcial publica os perfis dos candidatos a prefeito e vice-prefeito dos municípios regionais, por ordem alfabética.
Possíveis explicações
Segundo o sociólogo prudentino Marcos Lupércio Ramos, a redução no número de candidaturas pode estar relacionada à polarização política que domina o cenário municipal, refletindo a divisão entre esquerda e direita vista nas últimas eleições presidenciais. “Por vezes, em alguns municípios, subsistem grupos de centro, alguns mais à esquerda, outros mais à direita. Em havendo esses grupos, acaba-se tendo mais candidaturas”, observa.
Outra explicação está na formação das chamadas “federações” de partidos, uma estratégia similar às antigas coligações. “Essas federações são compostas por vários partidos em torno de uma candidatura majoritária, no caso, para prefeito. Em muitos casos, esses partidos são dominados localmente por algum ‘chefe político’, que pode ser visto como um verdadeiro coronel", analisa Ramos, destacando o controle centralizado dessas candidaturas.
Ramos também critica o elevado número de partidos no Brasil, especialmente em eleições municipais, o que dificulta para os eleitores compreenderem as pautas de cada um. “Alguns partidos são verdadeiros ‘cabides’ para recebimento de verbas eleitorais, e já há casos de ligações com o crime organizado”, alerta o sociólogo.
“6 partidos, 6 candidatos"
O sociólogo defende que, em um “mundo ideal”, o país teria entre cinco e seis partidos, bem estruturados ideologicamente e com pautas claras para todos os aspectos da vida em sociedade, incluindo preocupações com a sustentabilidade ambiental. “Seis partidos, seis candidatos. Os eleitores teriam mais facilidade para decidir o seu voto”, considera.
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