Ferramenta de inteligência artificial explica o ótimo desempenho de John, do Botafogo, nos pênaltis contra o São Paulo
Depois de demorar 15 cobranças para pegar um pênalti na carreira, goleiro virou herói no quesito contra o tricolor
Por João Pedro Fragoso — Rio de Janeiro
Foto: Vitor Silva/Botafogo Entre as várias histórias de superação que têm sido escritas no Botafogo em 2024, a que mais reverbera no momento é a de John. Contratado no início do ano com status de titular, o goleiro nunca havia defendido um pênalti na carreira profissional até duas semanas atrás. Antes da primeira defesa, contra o Corinthians, pelo Brasileirão, eram 14 cobranças, todas convertidas pelos batedores. Mas o jogo virou. Na partida que garantiu a vaga na semifinal da Libertadores ao alvinegro, John saiu como o herói da classificação ao defender o pênalti de Rodrigo Nestor nas cobranças alternadas — o São Paulo cobrou sete penalidades na noite, e apenas quatro foram convertidas, já que Lucas Moura e Calleri acertaram o travessão. John, que foi para as cobranças carregando uma garrafinha e uma toalha, disse que não tinha nenhuma “cola” em relação ao lado em que os jogadores do São Paulo poderiam bater. Além disso, de acordo com uma análise feita pelo especialista em Tecnologia do Esporte, Estevão Paes Leme, com a utilização de uma ferramenta de Inteligência Artificial (IA), em todas as cobranças o goleiro do Botafogo pulou para o lado escolhido antes do batedor cobrar. E em todas John acertou o lado. Estevão explica que o aproveitamento de 100% pode ter como justificativa uma análise corporal feita pelo goleiro alvinegro em relação aos batedores. — Tenho uma IA que reconhece os padrões de movimento de alguns jogadores, como Gabigol e Neymar, nas cobranças de pênaltis, e faz uma previsão do lado em que vão chutar. Por vezes, a saída antecipada do goleiro é necessária para defender essas cobranças. E analisando o John, ficou muito parecido que foi isso — diz o especialista. Além de John, Rafael, do São Paulo, também saltou antes da batida em todas as seis cobranças de jogadores do Botafogo. No entanto, o aproveitamento foi oposto. O goleiro do tricolor não acertou o lado em nenhuma delas. — Por mais que ambos tenham antecipado a saída, notei uma diferença importante: o tempo de reação e o posicionamento corporal de cada um. O John manteve uma postura mais equilibrada e ainda conseguiu reagir de forma mais eficaz devido à posição dos braços e ao tempo de movimento do quadril, que foi um pouco mais ágil que o do Rafael — explica Paes Leme. Internamente, além dos méritos ao John, os créditos pelo bom momento do goleiro e a melhora no aproveitamento nos pênaltis também são dados ao preparador de goleiros Marcelo Grimaldi. Contratado pelo Botafogo junto ao Cruzeiro, no ano passado, o profissional é conhecido por ter revelado alguns nomes de destaque, como Santos e Bento. Além disso, Grimaldi também trabalhou com Lucas Perri no alvinegro em 2023, quando o jogador foi convocado para a seleção brasileira. O Botafogo não terá muito tempo para comemorar a classificação. Amanhã, a equipe já entra em campo novamente, contra o Grêmio, em Brasília, pelo Brasileirão. fonte:https://extra.globo.com/
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