Chay Suede celebra 10 anos de relação com Laura Neiva e se derrete ao falar da mulher: 'Minha alma gêmea'
Prestes a estrear 'Mania de você', ator fala sobre família e a chegada do terceiro filho: 'Ser pai é minha vocação eterna'
Por Thomaz Rocha
Foto: Jorge Bispo; Reprodução/ Instagram
Ele já foi mocinho, nerd, garoto de programa… Ao longo de seus 13 anos como ator, Chay Suede mostrou inúmeras facetas, incluindo alguns tipos de caráter duvidoso. Mas vilão mesmo, daqueles que o público ama odiar, ele encara pela primeira vez só agora. Como o Mavi de "Mania de você", novela das nove que estreia amanhã, o artista de 32 anos vai mostrar um lado que ninguém nunca viu.
— É uma oportunidade incrível de mostrar minha versatilidade como ator. Mavi é um personagem extremamente complexo, para além de simplesmente ser uma pessoa perversa. Ele me surpreende a cada novo capítulo que chega. Para mim, é uma alegria que me enxerguem com tantas possibilidades. O legal do trabalho do ator é justamente viver muitas vidas em uma — destaca o ator, contando que, para o papel, buscou inspirações em grandes figuras maquiavélicas do cinema e da TV, como Tom Ripley (Matt Damon, em “O talentoso Ripley“, de 1999) e Odete Roitman (Beatriz Segall, em “Vale tudo”, de 1988).
Na nova trama de João Emanuel Carneiro, várias situações colaboram para que o rapaz se transforme em um grande antagonista, capaz das mais temidas atrocidades:
— Ele é um tipo de pessoa que passa despercebida. Provavelmente eu já conheci alguns Mavis na vida. É alguém que não se mostra por inteiro nunca, para ninguém. É muito talentoso em mentir, dissimula muito bem. Mavi é um estelionatário que consegue o que quer. Para ter sucesso e enganar todo mundo o tempo todo, ele realmente não mostra que é um golpista. Mavi pode ser a pessoa mais doce e amorosa do mundo. Um duas caras.
A relação conturbada com a mãe biológica, a não menos perversa Mércia (Adriana Esteves), tem papel fundamental nessa personalidade asquerosa. Entre outras atitudes no mínimo duvidosas, ela esconde por anos a verdadeira identidade do pai biológico do rapaz, filho dela com o patrão, Molina (Rodrigo Lombardi).
— O contato entre eles é bem atípico, porque ele foi um filho desprezado pela própria mãe. Mércia não quis lidar com a criação dele. Em vez disso, ela preferiu se dedicar ao patrão e à filha dele (Luma, vivida por Agatha Moreira). Mavi mora no Rio, no quarto do pai que o criou (Nahum, papel de Ângelo Antônio), que é porteiro, enquanto a mãe vive como empregada, mas numa casa rica em Angra dos Reis. Eles não têm uma relação diária de mãe e filho. Nas poucas vezes que se encontram, o clima é superfrio, cheio de indiretas e mágoas acumuladas. Desde o início da novela, fica muito claro que Mavi é um filho completamente preterido por ela — conta o ator.
Esta é a terceira vez que Adriana e Chay contracenam numa novela. Em 2018, foram amantes em “Segundo sol”. Em 2019, foram mãe e filho em “Amor de mãe”.
— O interessante é descobrir essa nova relação entre mãe e filho com Adriana. Em “Amor de mãe”, tinha muito amor, mas tinha excesso também, superproteção por parte dela. Em “Mania de você”, esse amor de mãe e filho está completamente ofuscado e atrapalhado por muito rancor, distância e frustração — analisa Chay, que também fez “Babilônia” (2015) com Adriana, mas os dois eram de núcleos diferentes.
Ao olhar para as próprias vivências, Chay destaca que sempre teve uma relação harmoniosa com os pais, o roteirista e diretor Roobertchay da Rocha e a jornalista Hérica Godoy. Embora a distância entre eles atualmente seja grande (a mãe mora no Rio Grande do Sul, enquanto o pai vive em Goiás), o capixaba, que mora oficialmente em São Paulo e mantém também um endereço no Rio, jamais esquece os aprendizados em família.
— Eu tive muito afeto, carinho e amor em todas as épocas, desde pequeno até hoje. Buscamos sempre estar juntos e nos falamos praticamente todos os dias. O maior aprendizado que tive deles foi uma coisa muito prática sobre o amor. Eles nunca precisaram me dizer o quanto me amavam para que eu sentisse esse carinho. Eles me passavam uma carga tão forte de noção de amor, que passo essa energia naturalmente na minha relação com meus filhos. É a minha maneira de levar a vida — conta Chay, o mais velho de seis irmãos.
O amor que norteia a vida do ator, em breve, vai aumentar. Pais de Maria, de 4 anos, e José, de quase 3, Chay e a mulher, a também atriz Laura Neiva, aguardam para novembro a chegada de mais um filho. O sexo? Só vão saber quando nascer!
— Ser pai é minha vocação eterna, enquanto ser ator é uma vocação temporal. Desde pequeno eu sonho com isso. Nasci para ser pai. São muitos desafios, claro, mas a realidade é muito melhor do que aquela que eu sonhava. Supera qualquer expectativa. Eu já imaginava que seria muito bom ser pai e que os meus filhos dariam para minha vida um significado imenso, mas eu nunca poderia imaginar que era desse tamanho — pontua.
Se virá pela frente um quarto herdeiro, Chay diz que eles não sabem. Para o ator, vale viver um dia de cada vez:
— Sendo menino ou menina, a criação que dou a eles é igual, não muda nada. E eles são nenéns ainda. Vou lidando com as demandas conforme elas vão aparecendo. Eu não adianto nada em minha vida. Vou dando aos meus filhos o que acho que eles precisam saber naquele momento. Não antecipo nada, nem para mim nem para eles, senão gera ansiedade. No fim das contas, a gente vai acertar e errar. E, assim como era na minha casa, o diálogo será sempre aberto.
Se em “Mania de você” Mavi sofre ao ser traído pela noiva, Viola (Gabz), na vida real isso não é uma preocupação para Chay. Os olhos do ator brilham ao falar da admiração que sente por Laura, com quem está há mais de dez anos.
— Ela é minha alma gêmea. Eu sabia disso desde o momento em que começamos a namorar. Os desejos dela são muito parecidos com os meus. A gente sempre foi muito afinado com o que a gente queria para a vida, como ter uma família com mais de um filho. O tempo foi deixando tudo ainda mais sincronizado. Nós nos sentimos muito conectados em vários níveis. A gente é a melhor companhia um do outro, somos melhores amigos, para além de namorados, para além de amantes, para além de pais do José e Maria e do outro neném que vem aí. Os dez anos juntos nos melhoraram e trouxeram a noção de que um é pedaço do outro — analisa o canceriano apaixonado, que inclusive aprendeu a cozinhar com a mulher: — Sou um apaixonado pela cozinha. E eu não me arrisco não, eu cozinho bem até (risos). Eu aprendi com a Laurinha. Quando ela me conheceu, eu não cozinhava nada, mas ela me ensinou a preparar algumas coisas. Hoje vou para a cozinha bem mais do que ela, e ela gosta quando faço comida.
Chay apareceu pela primeira vez na telinha durante sua participação no “Ídolos”, em 2010, extinto talent show musical da Record. Na época, ele desbancou mais de 45 mil inscritos e finalizou sua participação em quarto lugar na competição. No ano seguinte, foi convidado para fazer sua primeira novela, “Rebelde”, trama musical no mesmo canal. Com o passar do tempo, apesar desses primeiros passos na carreira artística focando em seu lado musical, ele se encontrou mesmo foi como ator:
— Fui chamado para fazer “Rebelde” por conta da música. O diretor (Ivan Zettel) me viu no “Ídolos” e percebeu que eu poderia ser o sexto integrante que faltava na banda da novela. Com certeza, a música abriu muitas portas para mim e foi um instrumento muito importante. Nem tudo que a gente ama fazer necessariamente precisa se tornar a nossa profissão. Conforme os anos foram passando, fui entendendo que sou, na verdade, um ator. Resolvi me dedicar completamente à interpretação porque é o que me dá mais prazer. Desde Aymoréco (banda que o ator tinha até 2015), não lancei mais nada.
Em casa, no entanto, a música segue presente, com Chay tendo momentos divertidos em família cantando e tocando violão sempre que dá vontade (e tempo). Ao olhar para trás, repassando sua trajetória artística, Chay analisa:
— Às vezes fico pensando se é pouco ou muito ter 15 anos de carreira. Levando em conta que tenho 32 de idade, é praticamente a metade da minha vida! Aí acho muito tempo. Mas, ao mesmo tempo, passou tão rápido. As coisas aconteceram na minha vida de forma natural, para muito além do que eu poderia controlar. Nem mesmo podia sonhar com a sucessão de eventos que aconteceram de 2010 para cá. A realidade superou os meus sonhos. Deus foi muito bom comigo. Claro que houve momentos difíceis, de ansiedade, de frustração, onde eu me cobrava mais do que todo mundo. Acho que a gente é sempre o pior inimigo da gente, porque sempre queremos fazer algo melhor. A gente quer superar as expectativas, tanto as nossas quanto a do público. E aí eu acabo sendo cruel comigo mesmo. Mas eu não tenho do que reclamar. A vida tem sido surpreendente.
fonte:https://extra.globo.com/
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