Um em cada dez brasileiros teve celular roubado ou furtado em 12 meses, aponta Datafolha
Ao todo, 2.508 pessoas com mais de 16 anos foram entrevistadas em todas as regiões do Brasil entre os dias 11 e 17 de junho
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
TULIO KRUSE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Praticamente um a cada dez brasileiros teve o telefone celular roubado ou furtado num período de 12 meses, entre julho de 2023 e junho deste ano. A estimativa é de pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha para avaliar o impacto dos crimes na internet e contra o patrimônio no país.
Ao todo, 2.508 pessoas com mais de 16 anos foram entrevistadas em todas as regiões do Brasil entre os dias 11 e 17 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre esses entrevistados, 9,2% respondem que tiveram o celular furtado ou roubado nos 12 meses anteriores à data da pesquisa. Esses e outros resultados devem ser apresentados na próxima quarta-feira (14) durante o 18º Encontro Nacional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Recife.
Esse tipo de crime atinge mais os moradores das capitais —onde 15% relatam já ter sido vítima de roubo e furto do celular no período—, em relação àqueles que moram no interior —onde 6% relatam o mesmo. Entre moradores de cidades com mais de 500 mil habitantes, mesmo que não sejam capitais, são 14%.
Com base na proporção de entrevistados que relatou roubos e furtos e o tamanho da população, o Datafolha projeta que 14,7 milhões de pessoas tenham sido vítimas desse crime durante o período pesquisado. Isso equivale a dizer que 1.680 celulares foram levados por ladrões a cada hora no país.
Os números superam em mais de 14 vezes a quantidade de registros oficiais, em boletins de ocorrência, de roubo e furtos de celular por ano no Brasil. Segundo o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que traz números de 2023, foram registrados 937 mil roubos e furtos registrados no país ao longo do ano passado.
A pesquisa Datafolha mostra que uma parcela considerável de vítimas desse tipo de crime não registra a ocorrência. Entre os entrevistados, só 55% responderam que fizeram algum registro do roubo ou furto do celular —ou seja, a subnotificação seria de 45% dos casos.
Mesmo assim, essa taxa de subnotificação não explica a prevalência tão alta desse tipo de crime, com 9% dos brasileiros relatando que foram vítimas de roubo e furto de celulares. O resultado leva à conclusão de que a subnotificação pode ser ainda maior, segundo o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima.
“Muitas vezes a pessoa diz que registrou ocorrência, mas ligou no 190 [número de telefone da polícia] ou avisou um policial na esquina, então podemos considerar que a taxa é ainda mais alta. Esse é um problema clássico de pesquisas sobre vitimização”, diz Lima. “Pode haver também o que se chama de ‘efeito telescópio’, quando o entrevistado coloca no período de referência um evento dramático que na verdade aconteceu há 13 meses, por exemplo, e não há 12.”
O prejuízo à população causado somente por roubos e furtos de celular foi de R$ 22,7 billhões ao longo de 12 meses, projeta o Datafolha. Os danos financeiros causados por esse tipo de crime só perde para os casos de golpe com Pix ou boletos falsos –que provocou R$ 25,4 bilhões prejuízos às vítimas no período pesquisado.
Mais da metade dos entrevistados (53%) diz que já deixou de circular em determinadas áreas ou horários com medo de ter o celular roubado ou furtado. A grande maioria não está protegida financeiramente contra esse delito. Só dois em cada dez entrevistados (21%) diz que seu possui seguro contra roubo ou furto do smartphone, ou seja, 79% não tem.
fonte:https://jornaldebrasilia.com.br/
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