sexta-feira, 19 de julho de 2024

Dia Nacional do Pecuarista: participação feminina ganha destaque e notoriedade no setor 


São mais de 1,37 milhão de pecuaristas no país, sendo que cerca de 18% dos estabelecimentos estão com as mulheres à frente da gestão

Comemorado em 15 de julho, o Dia Nacional do Pecuarista, tem uma data de extrema relevância para homenagear os diversos profissionais responsáveis pela criação, alimentação, sanidade, genética, reprodução e bem estar animal. Um setor que movimenta a economia brasileira, gera emprego e fornece alimento de qualidade à população. Vale destacar que a pecuária de corte ou de leite, engloba não apenas a criação de bovinos, mas também a suinocultura, a ovinocultura, a produção avícola, entre outros.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), são mais de 1,37 milhão de pecuaristas. Cerca de 90% são micro, pequenos e médios criadores com média de até 100 animais. No caso da cadeia produtiva bovina, em 2022, o país contabilizou no total 234,4 milhões de gados, ficando atrás apenas da Índia, conforme os dados levantados pelo IBGE. Já o estado de São Paulo, em 2023, registrou mais de 10 milhões de cabeças, sendo 3 milhões destinados ao abate, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em 2023.

Os profissionais do setor têm diversos motivos para celebrar as conquistas históricas. Ainda mais, quando envolvem medidas que englobam os avanços econômicos em conformidade com as práticas sustentáveis e a valorização da diversidade no campo. “A pecuária tem um papel relevante em nossa economia. Pois, vem evoluindo com investimentos em tecnologia e gestão, levando-nos a uma pecuária intensiva com maior eficiência dos sistemas de produção. A correlação entre o crescimento do setor e o avanço do desmatamento é inegável, mas é importante lembrar que, em qualquer setor, existem aqueles que agem corretamente e aqueles que não o fazem. No Brasil, o pecuarista e o produtor rural preservam e têm sua reserva legal averbada, e temos muito orgulho disso”, enfatizou a administradora e sócia diretora da fazenda Anamelia, BrangusHP, em Martinópolis (SP), Tita Lancsarics.

Outro fator de destaque é a participação significativa da mulher à frente dos negócios. Segundo o que aponta o Censo Agropecuário de 2017, cerca de 18% (450 mil) dos estabelecimentos de pecuária, têm as mulheres à frente da gestão. A inserção das profissionais na pecuária, em muitos casos, acontece através de sucessão familiar. Para se manter no mercado competitivo e atender as demandas do setor, cada vez mais as mulheres estão se especializando.

“Eu sou mestre em ciência e tecnologia de leite e derivados, mestre queijeira e administradora. Sou neta de produtores rurais, então já nasci no mundo rural e convivo com tudo que envolve o agronegócio”, ressaltou a pecuarista, Camila de Almeida, que tem queijos super premiados pelo mundo afora.

Segundo a proprietária da Fazenda do Engenho, em Pirajuí (SP), Érika Bannwart, que administra a produção junto com a irmã, Verena Bannwart, a gestão feminina na pecuária tem sido inovadora para o setor, mas ainda encontra certa resistência por grande parte dos profissionais e mesmo ocupando função gerencial na empresa, não exime de executar atribuições que requerem práticas rurais.

“Eu sou da terceira geração de produtores rurais e assumi o gerenciamento desde nova ajudando meu pai. A minha rotina é intensa, já que somos enxutos de mão de obra de funcionários. Por isso, eu participo, diretamente, em tudo o que acontece no curral, seja na apartação, vacinação, inseminação, por exemplo”, explicou Érika Bannwart.

Vale destacar que a Fazenda do Engenho foi a primeira de São Paulo, e do Brasil, a receber os novos modelos de identificação em bovinos vacinados contra a brucelose. O governo do estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, apresentou, em fevereiro deste ano, uma alternativa, não obrigatória, à marcação a fogo utilizada nas bezerras de três a oito meses de idade vacinadas, com identificador na orelha dos bovinos.

“São Paulo sai na frente mais uma vez com essa nova marca para o agro do Estado. Bem-estar animal significa segurança jurídica, garantindo um documento que comprova boas práticas, valorizando a pecuária paulista e abrindo novos mercados internacionais, cada vez mais restritivos”, destacou o secretário Guilherme Piai.

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