Dia Nacional do Pecuarista: participação feminina ganha destaque e notoriedade no setor
São mais de 1,37 milhão de pecuaristas no país, sendo que cerca de 18% dos estabelecimentos estão com as mulheres à frente da gestão
Comemorado em 15
de julho, o Dia Nacional do Pecuarista, tem uma data de extrema relevância para
homenagear os diversos profissionais responsáveis pela
criação, alimentação, sanidade, genética, reprodução e bem estar animal.
Um setor que movimenta a economia brasileira, gera emprego e fornece alimento
de qualidade à população. Vale destacar que a
pecuária de corte ou de leite, engloba não apenas a criação de bovinos, mas
também a suinocultura, a ovinocultura, a produção avícola, entre outros.
De
acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), são mais de 1,37
milhão de pecuaristas. Cerca de 90% são micro, pequenos e médios criadores com
média de até 100 animais. No caso da cadeia produtiva bovina, em 2022, o país
contabilizou no total 234,4 milhões de gados, ficando atrás apenas da Índia,
conforme os dados levantados pelo IBGE. Já o estado de São
Paulo, em 2023, registrou mais de 10 milhões de cabeças, sendo 3 milhões
destinados ao abate, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), órgão
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em 2023.
Os profissionais
do setor têm diversos motivos para celebrar as conquistas históricas. Ainda
mais, quando envolvem medidas que englobam os avanços econômicos em
conformidade com as práticas sustentáveis e a valorização da diversidade no
campo. “A pecuária tem um papel relevante em nossa economia. Pois, vem
evoluindo com investimentos em tecnologia e gestão, levando-nos a uma pecuária
intensiva com maior eficiência dos sistemas de produção. A correlação entre o
crescimento do setor e o avanço do desmatamento é inegável, mas é importante
lembrar que, em qualquer setor, existem aqueles que agem corretamente e aqueles
que não o fazem. No Brasil, o pecuarista e o produtor rural preservam e têm sua
reserva legal averbada, e temos muito orgulho disso”, enfatizou a
administradora e sócia diretora da fazenda Anamelia, BrangusHP, em Martinópolis
(SP), Tita Lancsarics.
Outro
fator de destaque é a participação significativa da mulher à frente dos
negócios. Segundo o que aponta o Censo Agropecuário de 2017, cerca de 18% (450
mil) dos estabelecimentos de pecuária, têm as mulheres à frente da gestão. A inserção das profissionais na pecuária, em muitos casos,
acontece através de sucessão familiar. Para se manter no mercado competitivo e
atender as demandas do setor, cada vez mais as mulheres estão se
especializando.
“Eu sou mestre em
ciência e tecnologia de leite e derivados, mestre queijeira e administradora.
Sou neta de produtores rurais, então já nasci no mundo rural e convivo com tudo
que envolve o agronegócio”, ressaltou a pecuarista, Camila de Almeida, que tem
queijos super premiados pelo mundo afora.
Segundo a
proprietária da Fazenda do Engenho, em Pirajuí (SP), Érika Bannwart, que
administra a produção junto com a irmã, Verena Bannwart, a gestão feminina na
pecuária tem sido inovadora para o setor, mas ainda encontra certa resistência
por grande parte dos profissionais e mesmo ocupando função gerencial na
empresa, não exime de executar atribuições que requerem práticas rurais.
“Eu sou da
terceira geração de produtores rurais e assumi o gerenciamento desde nova
ajudando meu pai. A minha rotina é intensa, já que somos enxutos de mão de obra
de funcionários. Por isso, eu participo, diretamente, em tudo o que acontece no
curral, seja na apartação, vacinação, inseminação, por exemplo”, explicou Érika
Bannwart.
Vale
destacar que a Fazenda do Engenho foi a primeira de São Paulo, e do Brasil, a
receber os novos modelos de identificação em bovinos vacinados contra a
brucelose. O governo do estado, por meio da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento de SP, apresentou, em fevereiro deste ano, uma alternativa, não
obrigatória, à marcação a fogo utilizada nas bezerras de três a oito meses de
idade vacinadas, com identificador na orelha dos
bovinos.
“São Paulo sai na frente mais uma vez com essa nova marca para o agro do Estado. Bem-estar animal significa segurança jurídica, garantindo um documento que comprova boas práticas, valorizando a pecuária paulista e abrindo novos mercados internacionais, cada vez mais restritivos”, destacou o secretário Guilherme Piai.
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