VAR convenceu o Santos. Sem choro no tricampeonato paulista do Palmeiras
Não houve reclamação, protesto, nota de repúdio por parte da direção santista. Por um motivo simples. A Federação Paulista mandou os áudios do VAR primeiro para o presidente Marcelo Teixeira. E ele se convenceu que a bola estava parada no tiro de meta e que houve pênalti em Endrick
A Federação Paulista de Futebol agiu rápido.
O mais rápido possível, após ter acesso aos áudios dos lances fundamentais, decididos pelo VAR, na final do Paulista, entre Palmeiras e Santos, tratou de enviá-los à direção santista.
Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral era o responsável pela arbitragem de vídeo.
E não teve dúvidas em alertar Raphael Claus que, no tiro de meta, que deu origem ao pênalti de João Paulo em Endrick, a bola estava parada.
“Vai quebrar rápido, hein?! Deixa eu ver se a bola vai parar. Parou! Vai, vai!”, estas foram as palavras de Rodrigo a Claus.
É importante explicar que está cada vez mais comum o árbitro principal do VAR quase que narrar as partidas, principalmente as finais. Para passar firmeza ao juiz.
Ou seja, Claus sabia que o tiro de meta foi legal.
Na sequência, veio o pênalti de João Paulo em Endrick, assim descrito por Rodrigo.
“Possível penal, tá? Tem o choque do defensor de preto, o goleiro passa e atinge ele (Endrick). Ok?”
Ou seja, Claus teve a convicção de que teria de olhar na câmera a penalidade que não havia marcado.
E também deu imensa sorte, porque ele havia autorizado João Paulo a repor a bola em jogo e cobrar o tiro de meta. Só que o goleiro santista fazia tanta cera que possibilitou o árbitro ir até o VAR.
O presidente santista Marcelo Teixeira ouviu as explicações, as repassou para o técnico Fábio Carille.
E os dois resolveram falar com os jogadores, o que evitou protestos.
Foi preservada a festa de entrega das premiações da FPF, sem boicotes.
As chefias das organizadas do Santos também tiveram conhecimento que nada houve de irregular.
Ao evitar confronto desnecessário, e injusto, com o presidente Reinaldo Carneiro Bastos, Teixeira age de maneira muito esperta.
O Santos vai disputar a Série B.
E precisa do apoio nos bastidores da FPF.
Aliás, já usufruiu dele.
Pela incrível redução da suspensão de seis jogos sem público na Vila Belmiro, pelo caos que aconteceu quando o clube foi rebaixado no Brasileiro, em 2023. Com direitos a carros e ônibus incendiados fora do estádio. Dentro, torcedores disparando rojões em direção aos jogadores e tentando invadir o gramado.
De seis jogos, a punição caiu para três.
Teixeira tem muita vivência e é o mais político dos presidentes santistas nos últimos dez anos.
Por isso, o Palmeiras comemorou sem questionamentos seu tricampeonato paulista.
A relação é tão boa que o clube da Água Branca poderá até alugar seu estádio ao Santos, na disputa da Segunda Divisão.
Tudo isso se iniciou com a divulgação dos áudios do VAR.
Vitória da transparência...
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