quarta-feira, 6 de março de 2024

Entregador é baleado após cliente se recusar a buscar lanche em portaria, no Rio; PM é suspeito 

Vítima foi socorrida e levada para o Hospital Salgado Filho, onde segue internada 

Por Extra — Rio de Janeiro


 Foto: Reprodução

Um entregador foi baleado nesta segunda-feira à noite, na Praça Saiqui, na Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio. O suspeito é cabo da Polícia Militar Roy Martins Cavalcanti, que teria pedido um lanche, mas se recusado a ir até a portaria do prédio onde mora para buscá-lo. A vítima do disparo, identificada como Nilton Ramon de Oliveira, de 24 anos, foi socorrida por militares do Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte, onde segue internado em estado grave.

Vídeos que circulam em redes sociais mostram o entregador caído no chão após ser baleado, ainda com a mochila nas costas. É possível ver pessoas se movimentando ao redor dele. Uma das pessoas que filmou a cena diz, e tom de revolta: "Acabou de balear o menor aqui. Estava entregando".

De acordo com informações de moradores da região, Nilton tinha ido fazer a entrega do lanche de bicicleta. Como o PM se recusou a ir buscar o pedido, ele acionou o protocolo de devolução da encomenda e voltou para a loja, na Praça Saiqui. O policial foi atrás dele e os dois discutiram.

O próprio Nilton gravou vídeos que mostram Roy alterado, discutindo com ele, inclusive pegando a arma que estava em sua cintura. Nesse momento, o entregador levanta a camisa e mostra estar desarmado.

"Tá metendo a mão na cintura por que?", questiona o PM.

Nilton rebate: "Aqui filho, sou trabalhador. Sendo ameaçado aqui".

Uma mulher que acompanha o PM também se dirige ao entregador aparentando estar com raiva, o chamando de abusado. Em determinado momento, o entregador afirma que vai procurar uma delegacia. Roy se mostra descontente com a gravação que Nilton faz: "Não autorizo a divulgação da minha imagem", afirma o agente.

Segundo a Polícia Militar, equipes do 18º BPM (Jacarepaguá) foram acionadas para o local da ocorrência e confirmaram a discussão entre o PM e o entregador, que estava caído no chão. A Corregedoria da PM abriu um procedimento para investigar a conduta do agente.

A Polícia Civil afirmou que Rony se apresentou na 32ª DP (Taquara) e foi ouvido. De acordo com a corporação, "imagens do fato estão sendo analisadas e testemunhas serão ouvidas". O caso foi encaminhado para a 28ª DP (Praça Seca).

De acordo com policiais, na delegacia, Rony afirmou que se sentiu ameaçado por Nilton. Segundo ele, o rapaz teria tentando tomar sua arma.

Em nota, o iFood afirmou que "não tolera qualquer tipo de violência contra os entregadores parceiros". Lei ao posicionamento na íntegra:

"O iFood não tolera qualquer tipo de violência contra os entregadores parceiros. Quanto ao caso do entregador Nilton Ramon de Oliveira, o iFood recebeu contato da família e está priorizando os processos para disponibilizar o suporte e seguro hospitalar que são oferecidos pela empresa. A cliente relacionada à conta que realizou o pedido será banida da nossa plataforma.

O iFood esclarece que a obrigação do entregador é deixar o pedido no primeiro ponto de contato, seja o portão da casa ou a portaria do prédio. Essa é a recomendação passada aos entregadores e aos consumidores.

A companhia vem realizando, desde 2023, uma série de iniciativas em parceria com o Secovi Rio (Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro), para conscientização de moradores e capacitação de porteiros e síndicos de condomínios da cidade. Além disso, expandiu o acolhimento feito pela Central de Apoio Jurídico e Psicológico na cidade do Rio de Janeiro, com possibilidade de atendimento presencial no edifício sede das Black Sisters in Law (BSL) - coletivo de advogadas negras - que fornece assistência para profissionais vítimas de qualquer tipo de violência".

fonte:https://extra.globo.com/

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