Polonesa que alegava ser Madeleine McCann se diz arrependida e revela que tinha a cabeça a prêmio: R$ 160 mil
'Nunca tive a intenção de magoar ninguém', contou Julia Wendell
Por Fernando Moreira
A jovem que afirmou ser Madeleine McCann, a britânica desaparecida desde 2007, rompeu o silêncio e afirmou que "nunca teve a intenção de magoar ninguém".
A polonesa Julia Wendell (também identificada com os sobrenomes Wandelt e Faustyna), de 22 anos, gravou entrevista para o podcast da BBC Radio 4, na série "Por que você me odeia?". Na conversa, ela pediu desculpas por ter se envolvido em um dos casos de desaparecimento mais notórios do mundo. Desde o início do caso, que atraiu atenção mundial, a família da polonesa sustentava que a alegação de Julia não fazia sentido.
No ano passado, Julia criou uma conta no Instagram chamada 'Iammaddeleinemccan' (eu sou Madeleine McCann), referindo-se à menina britânica que desapareceu em Portugal, onde passava férias com a família.
"Nunca tive a intenção de machucar ninguém , incluindo os McCann. Eu realmente queria saber quem eu sou", declarou ela, acrescentando que, se pudesse voltar no tempo, nunca teria aberto a conta.
"Eu nunca teria entrados nas redes sociais. Isso pode destruir você", comentou ela. Ela acumulou um milhão de seguidores, mas a notoriedade nas redes sociais também trouxe críticas e abusos. Buscas no Google por Madeleine mostravam Julia em vez de a menina britânica.
"Eu sabia que haveria pessoas que não acreditariam em mim ou me odiariam, mas não esperava receber ameaças de morte, por exemplo. Foi algo que não entendo. As pessoas sabiam que eu sofri abuso e todos sabiam que eu lido com depressão. Eu estava tentando ser forte mesmo quando as pessoas diziam 'você deveria morrer', 'você deveria ser estuprada', 'você deveria ser morta', 'você deveria ser assassinada', 'você não deveria existir neste mundo', 'você é uma idiota'", disse a polonesa.
A polonesa revelou que uma pessoa ofereceu uma recompensa de 30 mil euros (cerca de R$ 160 mil) pela cabeça dela.
Na entrevista, Julia declarou que acreditava na época ter o direito de questionar quem ela era, por causa de uma infância traumática e de isolamento, e que poderia ajudar os McCann a encontrar sua filha.
Uma pessoa disse que colocou uma recompensa pela cabeça de Julia - e ofereceu 30.000 euros (£ 25.700) como recompensa. Sob ameaça, Julia foi levada pela milionária americana Fia Johansson, autodenominada médium, para viver em Los Angeles (Califórnia, EUA).
Com cerca de 20 anos, Julia estava em terapia e começou a perceber que suas memórias de infância eram irregulares.
Frustrada com o silêncio da sua família, Julia recorreu à internet em busca de respostas e começou a pesquisar sites de pessoas desaparecidas no Google e encontrou o caso de Madeleine. Ela disse que nunca tinha ouvido falar do seu desaparecimento antes e que não tinha sido uma notícia importante na Polônia. À época, Julia estava convencida de que sua família talvez não fosse sua.
Tanto Julia quanto Madeleine têm coloboma na íris – uma anomalia ocular rara que pode fazer a pupila parecer em forma de buraco de fechadura. A polonesa, então, entrou em contato com a polícia na Polônia e no Reino Unido.
"Liguei para eles tantas vezes e disse as mesmas coisas diariamente, muitas vezes. Mas ninguém me tratou a sério", disse ela ao podcast.
Apesar de ter sido rejeitada, Julia continuou postando para descobrir "a verdade" sobre de onde ela veio.
Julia decidiu fazer um teste de DNA. Ela diz que nem seus pais nem os McCann concordaram em fornecer amostras de DNA para a comparação. Mas quando os resultados chegaram, mostraram conclusivamente que ela não é Madeleine. O resultado, revelado à polonesa por Fia, deixou Julia "muito chateada". Ela regressou para a Polônia.
fonte:https://extra.globo.com/
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