Cissa Guimarães diz que nunca vai ser '100% feliz' e explica por que evita falar 'perda' do filho: 'Ganhei 18 anos dele'
Rafael tinha 18 anos quando foi atropelado enquanto andava de skate
Por Leonardo Ribeiro — Rio de Janeiro
Foto: Reprodução
Já são 13 anos desde que Rafael Mascarenhas foi morto atropelado, aos 18 anos, enquanto andava de skate no antigo Túnel Acústico. Mãe do rapaz, Cissa Guimarães diz que criou uma realidade para si, para mudar a forma como encarar o luto. Em vez de dizer que perdeu um filho, a apresentadora prefere falar em quanto ganhou nos anos em que esteve com a cria.
"Eu criei uma realidade para mim. Eu não perdi o meu filho. Eu só ganhei. O tempo todo. Não perdi nada. Só ganhei 18 anos do meu filho aqui nesse plano. Desse sagrado amor que eu só posso agradecer, que se ele não tivesse vindo ao mundo eu não saberia como era. Eu sou uma pessoa muito abençoada. E ele era o Rafael Mascarenhas, um anjo de luz. E que eu fui o ventre que trouxe a ele. Só posso agradecer", disse Cissa, durante o "Sem censura", da última terça-feira, dia 27.
Isso não significa que a dor não exista. Não só existe, como ela se permite sentir.
"É a pior dor do mundo. Mas eu acho que ele me fez... A pessoa que sou hoje. Eu não gosto da palavra 'superação', porque nunca vou superar. Assim como nunca vou ser 100% feliz. Dou gargalhada, vou a luta com todas as forças para ser 80%, 70% feliz, o que me couber ainda aqui no coração de alegria, vou buscar. Mas 100% não dá".
Horas antes da gravação do programa, que agora está sob seu comando, Cissa disse que sentiu uma saudade imensa do filho.
"Porque hoje de manhã, olhando para o Rafa, rezando, disse, "vamos, Rafa, com a mamãe trabalhar", ai, sabe, me bateu uma saudade. Claro que tem dias que do nada vem saudade imensa, dor. Mas a benção de ter esse filho, e dessa pessoa que ele me transformou... Eu dei a vida a uma pessoa e ele me transformou na pessoa que sou hoje".
O caso ocorreu em 2010. Rafael Mascarenhas andava de skate no Túnel Acústico, que liga o bairro da Gávea ao de São Conrado, no Rio, em uma madrugada que estava fechado para carros. Segundo a 15ª DP (Gávea), que investigou o caso, Rafael de Souza Bussamra dirigia o carro no local, fez um retorno na contramão para pegar o trecho bloqueado a fim de ir para a Lagoa. Foi quando atropelou o skatista, em uma velocidade de 100 km/h. A vítima foi socorrida ainda com vida e levado para o hospital Miguel Couto, na Gávea, mas morreu horas depois.
Em sua defesa, Rafael de Souza Bussamra, que dirigia o carro, alegou não ter percebido que o túnel onde ocorreu o acidente estava interditado. O motorista acrescentou que, momentos antes da colisão, seu carro estava emparelhado com o veículo de um colega e, por isso, não conseguiu parar a tempo.
Após o atropelamento, Bussamra contou que policiais o retiraram do túnel e o conduziram ao bairro do Jardim Botânico. Os PMs, segundo o réu, se encontraram no local com o pai dele, Roberto, que subornou os agentes para livrar o filho do flagrante.
fonte:https://extra.globo.com/
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