segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Com 14 mil casos em 2023, estado de SP tem recorde histórico de estupros; consulte nº de casos na sua cidade 


 Foto: FICCO/divulgação

Residências e vias públicas aparecem entre locais com mais registros. Governo Tarcísio diz que aumento se deve a conscientização e maior facilidade para registrar denúncias. 

Por Gabriel Croquer, g1


Com 14.504 casos em 2023, o número de estupros registrados pela polícia no estado de São Paulo é o maior da série histórica, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgados nesta sexta-feira (26).

A série histórica começa em 2001, quando foram registrados 3 mil estupros. Em 2009, entretanto, a legislação sobre o crime mudou, e passou a considerar estupro qualquer ato sexual praticado com sem consentimento, como um toque íntimo, por exemplo, e não apenas a conjunção carnal. Isso levou ao um aumento expressivo nos registros, como mostra o infográfico acima.


"Não é só uma ação policial. [É necessário] trazer para a mesa [de discussão] a área da saúde, a área da educação e a área da assistência social. Muitos desses casos nem chegam na polícia", afirma Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz.




Para Carolina, do Sou da Paz, o aumento está relacionado a dois fatores principais:

Para o governo de São Paulo, ajudam a explicar o aumento de casos a maior conscientização das vítimas, que passaram a denunciar mais os abusos; e uma maior confiança no sistema de segurança.

Além dos dados de estupro, o governo de SP divulgou nesta sexta os dados de outros crimes, destacando que os latrocínios e homicídios dolosos caíram e atingiram o menor patamar da série histórica, com 164 e 2.606 casos, respectivamente, em 2023.


Mais de 90% das 645 cidades paulistas tiveram ao menos 1 caso de estupro registrado em 2023. Na capital, a taxa foi de 24 estupros em cada 100 mil habitantes.


Consulte, no mapa abaixo, o número de estupros e a taxa por 100 mil em cada um dos municípios paulistas.


A maioria dos estupros em 2023, aconteceu dentro de casa (73%), em linha com o que foi observado em anos anteriores.


Vias públicas (10%), escolas (4%) e hospitais (2%) foram os outros locais mais comuns. Aparecem também, em menor quantidade, locais como igrejas, orfanatos, delegacias. Os estupros virtuais, cometidos por meio da internet, representaram 0,1% dos casos registrados.


Um desses casos foi do grupo de homens que usava o serviço de troca de mensagens Discord para, entre outros crimes, estuprar virtualmente mulheres adolescentes.


O perfil das vítimas de estupro em 2023 não foi divulgado. Historicamente, entretanto, a maioria das vítimas é mulher ou menina – 84% dos casos registrados entre 2009 e 2023, segundo uma análise feita pelo g1 com base nos boletins de ocorrência de 2009 agosto de 2023 obtidos via Lei de Acesso à Informação.


A idade média das vítimas nos registros de ocorrências é de 15 anos.Os poucos boletins de ocorrência que apresentam o tipo de relação entre vítima e agressor (2,5% do total) indicam que a maioria dos agressores são da mesma família ou são companheiros amorosos.




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