terça-feira, 17 de outubro de 2023

'Cidade fantasma' engolida por dunas na África corre o risco de desaparecer 

Atração turística exótica na Namíbia enfrenta o avanço acelerado da areia e a ação dos visitantes 

Por Fernando Moreira


 Foto: Reprodução/YouTube

Aos poucos, o deserto vai tomando o que era seu. A situação ocorre no que hoje é a "cidade fantasma" de Kolmanskop, na Namíbia. A localidade no deserto de Namibe já foi próspera, graças à mineração.

A cidade coberta de areia, que avança no interior de todas as construções, já foi um centro rico, cheio de vida e atividade. Diamantes foram encontrados no solo desértico e, a certa altura, representavam cerca de 11% da produção mundial da pedra preciosa. A região sempre foi amaldiçoada pelos nativos, por causa da brutal colonização alemã, que oprimiu e massacrou o povo Herero.

Grandes e elegantes casarões foram construídos deixando o vilarejo com ares de cidade alemã, com uma impressionante variedade de serviços, incluindo hospital, salão de festas, central elétrica, escola, clube de boliche com quatro pistas, teatro, centro esportivo, cassino, fábrica de gelo e o primeira unidade médica com equipamento de raios-X do Hemisfério Sul.

Nos anos 1930, as cobiçadas reservas se esgotaram, e os moradores, que alemães e seus funcionários nativos, começaram a bater em retirada. Nada mais os prendia ali. Em 1956, não havia mais ninguém.

As dunas, sem ninguém para varrê-las, avançaram vorazmente e foram "morar" nas casas abandonadas. Em 2002, uma empresa ganhou o direito de administrar o local para o turismo. De acordo com o "Daily Star", Kolmanskop recebe por ano 35 mil visitantes, que ficam hospedados na vizinha Lüderitz, a 10km da localidade abandonada. Muitos se dizem fascinados com o "ambiente de filme pós-apocalipse" — a cidade esquecida foi cenário de algumas produções do cinema, incluindo "O Rei Está Vivo", de 2000.

Na lista de locais turísticos mais bizarros do mundo, Kolmanskop corre agora o risco de desaparecer para sempre, pelo avanço das dunas e pela ação do homem, cuja presença se tornou ameaça para a manutenção do que ainda ficou de pé. Atividades também no entorno da "cidade fantasma" estão acelerando a ruína do local.

fonte:https://extra.globo.com/

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