sexta-feira, 28 de julho de 2023

 Talibã defende proibição da gravata no Afeganistão: ‘simboliza a cruz cristã’ 

Desde que tomou o poder, em 2021, o grupo ainda não determinou códigos de vestimenta para os homens, enquanto as mulheres precisam cobrir o corpo inteiro para sair de casa 

Por AFP


foto: Joostdemeij na English Wikipedia / Wikimedia Commons


Uma autoridade do governo do Talibã, no Afeganistão, defendeu, nesta quarta-feira, a proibição do uso de gravata no país, que, segundo ele, “simboliza a cruz da religião cristã”.

— O que é a gravata? É a cruz. A Sharia (lei islâmica) ordena que seja eliminada — afirmou Mohammad Hashim Shahid Wror, chefe de um serviço do governo encarregado de orientar a população sobre o cumprimento dos princípios islâmicos.

O funcionário disse ainda que o simbolismo da gravata "é evidente” para o Islã, durante uma coletiva de imprensa transmitida pelo canal Tolo TV, em que ainda lamentou encontrar com médicos e engenheiros muçulmanos usando gravata.

Desde que tomou o poder novamente no país, em agosto de 2021, o Talibã não emitiu ordens sobre como os homens devem se vestir. Já as mulheres, são obrigadas a sair de casa com o corpo totalmente coberto. Na semana passada, milhares de salões de beleza fecharam as portas de forma definitiva no país, após entrar em vigor o decreto do governo que proíbe o funcionamento desse tipo de loja, em mais um passo para restringir as atividades profissionais e a liberdade das afegãs.

As roupas ocidentais são cada vez menos usadas, mas os homens ainda adotam a gravata em alguns meios profissionais. As autoridades do Talibã usam o "shalwar kameez", que tem calças largas e uma túnica tradicional, com colete por cima e turbante na cabeça.

No passado, durante a ocupação soviética, após a invasão de 1979, os servidores públicos foram encorajados a usar ternos, ao invés de roupas tradicionais. O ex-presidente Ashraf Ghani, que fugiu do país em 2021 quando o Talibã invadiu Cabul, usava vestimentas ocidentais quando estava no exterior e roupas tradicionais dentro do Afeganistão.

fonte:https://extra.globo.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário