quinta-feira, 1 de junho de 2023

Grupo protesta contra processo seletivo para contratação de agentes de apoio educacional em Presidente Prudente


— Foto: Cedida

O ato foi realizado em frente à Secretaria Municipal de Educação (Seduc), na Rua Doutor Cyro Bueno, no Jardim Morumbi.
Por Bruna Bonfim, Leonardo Bosisio e Rodrigo Marinelli, Izabelly Fernandes e Paula Sieplin, g1 Presidente Prudente e TV Fronteira
Um grupo formado por educadores e estudantes da área da Educação realizaram, nesta quinta-feira (1º), o "Ato em Defesa da Educação", que é um protesto contra o processo seletivo que prevê a contratação de agentes de apoio educacional em Presidente Prudente (SP).
O ato ocorreu em frente à Secretaria Municipal de Educação (Seduc), na Rua Doutor Cyro Bueno, no Jardim Morumbi.
Entre os organizadores da manifestação está o Centro Acadêmico Paulo Freire de Pedagogia do Campus Presidente Prudente da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o movimento estudantil Afronte Unesp PP e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Presidente Prudente e Região (Sintrapp).
De acordo com a presidente do Centro Acadêmico, Gabriela Maximo, a manifestação teve início às 9h e terminou próximo ao meio-dia. Além disso, ela participou de uma reunião com a secretária municipal de Educação, Sirlei Oliveira.
“Eles falaram que não poderiam revogar o processo seletivo porque os apoios escolares entrariam como um suporte para os estagiários. Então, ainda assim, ano que vem teria vaga para estágio remunerado, mas em outras áreas, não como cuidador. Disseram que vão lançar um comunicado explicando melhor, mas não conseguimos a revogação do processo seletivo", ressaltou Gabriela ao g1.
Para a coordenadora do Fórum Municipal de Educação, Maria Ângela Rubini, o processo seletivo "é um retrocesso" pois tira a oportunidade de estudantes que cursam o ensino superior.
"Nós nos colocamos contra esse processo seletivo que a Seduc está lançando porque entendemos que os documentos oficiais que norteiam a educação pública, é um retrocesso, na medida que tira a oportunidade de pessoas que estão cursando o ensino superior, ou seja, futuros colegas de magistério, e substituem por uma pessoa que está com nível de ensino médio. É um retrocesso porque nós primamos uma educação de qualidade, socialmente referenciada, laica, gratuita, pública para todos. Isso se faz por meio da valorização docente", enfatizou Maria Ângela.
Para a estudante de pedagogia, Emilly Karla dos Santos, a não realização do estágio obrigatório nas escolas municipais prejudica o processo de formação acadêmica.
“Não sabemos como vamos fazer [para cumprir o currículo exigido]. Para a gente é muito importante, porque no momento que a gente está dentro da sala de aula, a gente sabe como vai ser quando formos professores realmente. Se a gente não tiver a oportunidade de fazer esse estágio, como vamos ser professores futuramente?” perguntou Emily.
Para Mariana da Silva Vieira, que também cursa pedagogia na Unesp, a contratação de profissionais sem qualificação profissional na área de licenciatura prejudica a educação infantil.
“Esses profissionais que estão sendo contratados para atuar nas escolas seriam um 'faz tudo', poderiam tanto cuidar das crianças, como qualquer outra demanda que aparecer nas escolas. Então, é uma forma de precarizar e sucatear esses cargos que estão dentro da escola e são voltados aos profissionais de licenciatura. Isso abrange não só os estudantes de pedagogia, mas os estudantes de licenciatura que estão passando por uma formação para atuar dentro das escolas", afirmou Mariana.
Posicionamento da Prefeitura
Em nota ao g1, a Prefeitura de Presidente Prudente informou que "está à disposição dos manifestantes para dialogar a respeito das ações promovidas pela pasta voltadas ao desenvolvimento da educação no município".
"Além do processo seletivo para contratação de agente de apoio educacional, já está em fase de estudos técnicos a realização de um novo concurso público para professor municipal no segundo semestre deste ano. Quanto à formação dos profissionais, a Seduc informa que todos os servidores da educação passam por formação continuada com a equipe técnica, ministrada por coordenadores pedagógicos e orientadores pedagógicos", finalizou o Poder Executivo.
Em entrevista à TV Fronteira, a secretária municipal de educação, Sirlei Oliveira, informou que o que está sendo feito é restringir a atuação do estagiário dentro dos projetos da cidade.
"Nós sempre tivemos, historicamente, o estagiário atuando junto ao projeto da Cidade Escola, nós temos atividades administrativas, de tecnologia, que nós poderíamos estar direcionando mais estagiários, mas estamos restringindo a atender criança com deficiência. Então essa é uma questão muito importante. Mesmo nós utilizando nossas vagas de estagiários, nós não estamos conseguindo cumprir a nossa obrigação, nosso dever, o direito da criança especial a um cuidador", explicou Sirlei.
Já em relação à escolaridade do processo seletivo, a secretária disse que os selecionados irão receber formação continuada.
"Esses profissionais que vamos receber, assim como recebemos o estagiário, porque o estagiário é uma pessoa com ensino médio que entrou em uma graduação, a responsabilidade de treinamento dessa pessoa é dos nossos especialistas. São os nossos técnicos que formam tanto o estagiário, como vai formar e treinar em serviço, em formação continuada, do nosso profissional de ensino médio. Então não há diferença alguma nisso", salientou Sirlei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário