Funcionários do Hospital Estadual paralisam atividades e protestam por melhorias nas condições de trabalho, em Presidente Prudente
Foto: Reprodução/TV Fronteira
Consultas e exames que já estavam agendados não foram realizados nesta quarta-feira (28).
Por g1 Presidente Prudente
Devido à paralisação, os atendimentos de consultas e exames, que já estavam agendados, não foram supridos.
A produção da TV Fronteira apurou que atualmente o Hospital Estadual trabalha com 50% dos colaboradores necessários. O local possui cerca de 315 funcionários, entre área administrativa e de saúde.
Um comunicado enviado pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) à 45 cidades da região de Presidente Prudente já havia informado sobre a desassistência de médicos especialistas em Obstetrícia e Ginecologia no Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira.
O ofício, assinado pela diretora técnica de saúde do Hospital Estadual, Cristiane Hirata, observou a existência de apenas um médico das especialidades citadas atendendo no hospital. Diante disso, um cronograma com os dias e os horários disponíveis para atendimentos ao longo de junho foi montado.
No comunicado feito pela DRS aos municípios que compõem a regional de saúde de Presidente Prudente, também foi informado que a unidade de saúde atenderia somente casos de urgência.
O que dizem os funcionários
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de São Paulo (Sindsaúde), Paulo Índio, enfatizou à TV Fronteira as reivindicações feitas pelos participantes da paralisação.
"Essa questão do atendimento dos pacientes, que são de ambulatório, vão ser transferidos para uma outra data, que tenha médicos para atender este paciente. São três reivindicações: primeiro a implantação do piso nacional da enfermagem, porque o governo arrecada muito e a gente precisa disso, a segunda é a questão do número de funcionários, para poder fazer as escalas. Estão tendo muitos plantões extras, e isso sobrecarrega o trabalhador. A outra coisa é a reivindicação salarial, nós estamos há mais de 10 anos sem aumento", argumentou.
O auxiliar de enfermagem Renato Cordeiro reforçou à TV Fronteira que "o quadro está defasado".
"A gente está trabalhando sobrecarregado. O prédio está em situações precárias, há muito tempo não tem reforma e isso prejudica o andamento do trabalho", disse.
Para a técnica de enfermagem Marlene da Silva Neri, a falta de funcionários prejudica a qualidade do serviço no local.
"Está com muita falta de funcionários. Deixa a desejar, porque acaba atrapalhando a nossa qualidade de trabalho. O Estado está ciente. Não é de hoje que a gente está sofrendo muito aqui neste lugar, pontuou à TV Fronteira.
Secretaria da Saúde
A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo disse, em nota à TV Fronteira, que nesta semana foram feitas 14 contratações emergenciais de profissionais, entre médicos e enfermeiros, para o Hospital Estadual de Presidente Prudente e acrescentou, inclusive, que esses novos contratados já começaram suas atividades.
Em relação à obstetrícia, a secretaria afirmou que todas as pacientes que dão entrada na unidade, via pronto socorro ou ambulatório, estão sendo atendidas.
Além disso, as consultas de pré-natal e de alto risco “estão sendo realizadas normalmente e, em nenhum momento, houve interrupção do serviço”.
“A unidade também passa por reformas para adequações e melhor atendimento aos pacientes e condições de trabalho aos profissionais”, concluiu.
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