quarta-feira, 31 de maio de 2023

Justiça pode anular julgamento que condenou empresário que ateou fogo em casa causando mortes de duas mulheres 

Rodrigo Marotti foi condenado pelo Tribunal do Júri, em 2021, por incêndio com resultado morte. Para jurados, o réu não teve intenção de matar

 Por O Globo — Rio de Janeiro


FOTO: Reprodução / Redes Sociais

A Terceira Câmara Criminal do Rio de Janeiro julga nesta terça-feira o pedido de anulação de sentença do julgamento do empresário Rodrigo Alves Marotti condenado pelo Tribunal do Júri pelo crime de incêndio com resultado mortes. O pedido foi feito pelas defesas da artista plástica Alessandra dos Santos Vaz, ex-namorada de Rodrigo, e Daniela Mousinho, amiga de Alessandra. As vítimas morreram em razão de graves queimaduras sofridas após terem sido trancadas em uma casa incendiada pelo acusado. O crime, que chocou o país, aconteceu no Distrito de Mury, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, em 2019.

Em 2021, o empresário foi denunciado pelo Ministério Público do Rio pelo crime de feminicídio de sua ex-companheira e da amiga dela. Mas os jurados entenderam que não houve intenção de matar, desclassificando o crime. No julgamento que durou mais de 12 horas, Rodrigo foi condenado pelos crimes de incêndio qualificado com resultado morte e furto praticado durante o repouso noturno. A pena foi de 19 anos e 4 meses em regime inicial fechado. Atualmente, o acusado cumpre pena em regime semiaberto.

Para obter uma pena mais pesada e sensibilizar a sociedade, parentes das vítimas criaram um abaixo-assinado, na plataforma change.org, que já reúne mais de 5.600 assinaturas pedindo justiça e que o caso seja tratado como duplo feminicídio. A irmã da artista plástica, Andresa Vaz, faz um apelo para que a sociedade se mobilize e teme que esta seja a última chance de se conseguir fazer justiça.

— O abaixo assinado é nosso pedido de socorro. Não podemos aceitar isso. Essa decisão dá brechas para que outros feminicidas fiquem impunes — declarou Andresa.

No último fim de semana, amigos e parentes das vítimas se reuniram em Nova Friburgo para recolher assinaturas.

FONTE:https://extra.globo.com/

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