Loção, óleo, creme ou manteiga: qual hidratante é o melhor para a sua pele?
Especialistas falam sobre os cosméticos existentes no mercado e as principais diferenças entre eles, para ajudar na escolha
Por Beatriz Coutinho*
foto: Divulgação
Nas prateleiras, uma infinidade de cosméticos para o corpo: loções, óleos, cremes e manteigas. Quem se dedica a cuidar da pele pode ter dificuldades para escolher o produto certo. Afinal, cada tipo de hidratante corporal tem uma função específica e é voltado para atender às necessidades de um determinado tipo de pele. Conhecer os agentes poderosos e saber qual deles integrar na rotina é fundamental para resultados efetivos.
A pele é formada por três camadas, a hipoderme, a derme, e a epiderme. A distribuição de água entre elas é teoricamente natural, com o fluido representando, em média, de 20% a 35% da composição do tecido. Quando esse nível está abaixo de 10%, a pele é considerada seca.
Desidratada, a barreira cutânea manifesta problemas como coceira, vermelhidão, descamação e até doenças, como a dermatite atópica, além de não exercer plenamente sua função de impedir a entrada de agentes externos, nocivos ao organismo.
— Uma pele hidratada vai muito além da beleza, reflete na saúde — aponta a dermatologista Ana Paula Frade, da clínica do Lucho Montellano.
Os hidratantes carregam até a pele ativos combinados para repor e evitar que a água evapore. Apresentam-se, em geral, de três maneiras: oclusivos, umectantes e de hidratação ou umectação ativa, interagindo ou com a parte hidrofílica (que absorve a água) ou com a hidrofóbica (que repele água) da pele.
Os oclusivos formam uma barreira na camada mais superficial, a partir de substâncias oleosas, diminuindo a perda normal da água para a atmosfera. Para os especialistas, os produtos oclusivos mais potentes são as manteigas (cacau, karité e cupuaçu), as ceras e os óleos (amêndoas, uva e rosa mosqueta), que evitam a perda de água.
— Podemos ter as gorduras animais, como a lanolina, vinda da gordura da lã do carneiro, e algumas vegetais, como a de manga ou de cupuaçu. Há também os silicones, como, por exemplo, o dimeticone. Entre os compostos de derivados minerais, temos o óleo mineral, a vaselina e a parafina — explica o professor do curso de Farmácia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marcelo Guimarães.
Estes últimos geram polêmica. O dermatologista Thales Bretas, da Clínica Bretas, diz que os compostos minerais são importantes hidratantes, mas que “exigem refinamento cuidadoso e eficaz para a retirada dos hidrocarbonetos aromáticos”, substâncias que podem implicar em câncer.
Sobre os óleos, Bretas recomenda misturar um pouco em loções, devido ao seu baixo poder de hidratação. Quando aplicados de maneira “pura”, a sugestão é que seja ainda com a pele molhada para facilitar a penetração. Apesar de não ter contraindicação, idosos devem evitar usar óleos, já que podem deixar o piso do banheiro escorregadio e provocar queda.
Produtos umectantes, geralmente, têm mais afinidade com a água, sendo compostos por matérias-primas hidrofílicas. Quando aplicados, ficam sobre a pele e por isso retêm por mais tempo a água dos produtos.
Também são compostos ativos as substâncias que fazem parte do fator natural de hidratação, ou seja, que estão presentes na pele e que podem estar em níveis mais elevados ou não, de acordo com cada pessoa. Nos produtos, são apresentadas como uma “imitação”. Guimarães cita os lactatos, como por exemplo o de amônio.
— Eles fazem parte da pele, mas podem ser colocados nesses produtos — diz.
O ideal é usar esses cosméticos pelo menos uma vez ao dia ou sempre após o banho. Esses ativos podem vir em consistência fluida, acetinada ou oleosa — que atendem a necessidades diferentes. Por isso, a escolha do produto é individualizada e deve levar em consideração as características da pele, seja ela mista, oleosa ou seca.
Ambos os dermatologistas concordam que loções são as preferidas dos consumidores por serem mais fluidas e mais fáceis de espalhar na pele, viabilizando seu uso diário. Cremes e manteigas mais espessos promovem uma hidratação mais potente, sendo indicados para pessoas de pele seca, como idosos. Porém, não apresentam fácil espalhabilidade e podem deixar um aspecto gorduroso.
Os hidratantes corporais são seguros, mas alguns compostos podem ser evitados, como os parabenos, um tipo de conservantes, e os antioxidantes sintéticos, utilizados para evitar oxidação e degradação do produto, como BHA e BHT — podem ser nocivos às plantas e aos animais. Os propensos a alergia ou com a pele
* Estagiária sob a supervisão de Constança Tesch
fonte:https://extra.globo.com/
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