Por que sentir cheiro de cloro na piscina não é um bom sinal
Vermelhidão nos olhos, irritação na pele: "cloraminas" são produzidas pela interação entre cloro e amônia, e deixam a água desprotegida
Por EXTRA
Nada melhor do que um banho de piscina para afugentar o calorão. Mas, uma piscina limpa, é claro: com forte cheiro de cloro, prova de que a manutenção e a limpeza estão em dia, certo? Errado. Se a piscina que você frequenta está cheirando a cloro, o ideal é que você nem entre. Quem faz o alerta é o portal britânico IFLScience, baseado em explicações da empresa American Chemistry Council.
O forte cheiro de cloro não é causado pelo agente de limpeza. A água clorada pode ter, sim, até um leve cheiro químico, sentido em lugares com pouca ventilação, mas são as “cloraminas”, produzidas a partir da interação do cloro com o átomo de nitrogênio (N) da amônia (NH3) expelida no suor, nos óleos corporais e na urina dos banhistas, suas principais causadoras.
Segundo a American Chemistry Council, um, dois ou três íons de hidrogênio da amônia são substituídos pelas moléculas do cloro, formando a monocloramina, cloramina e a tricloramina. Enquanto a monocloramina é usada em piscinas como desinfetantes (e é mais estável na água), os outros dois produzem o característico “cheiro de cloro”.
O interessante neste caso é que, difrentemente do que se imagina, quanto mais forte a piscina cheirar a cloro, mais cloro deverá ser adicionado, pois não há mais moléculas livres da substância na água para cumprir o seu papel.
“Pode ser uma boa ideia ficar fora da água quando um forte cheiro químico permeia o ar ao redor de qualquer tipo de piscina, seja ela de casa ou do clube”, pontua o Water Quality & Health Council, grupo multidisciplinar e independente que aconselhou a American Chemistry Council e atuou nas questões de saúde e qualidade da água de 1991 a 2020.
As cloraminas podem causar irritações nos olhos (deixando-os vermelhos), nos pulmões e na pele dos banhistas. Além disso, se todas as moléculas de cloro foram combinadas para formar as cloraminas, não há mais agentes na água para combater os germes que podem causar diarreia, otite e até infecções na pele.
No fim, é possível medir quanto de suor, urina e óleo são encontrados na piscina? Bom, o suor e óleo são mais difíceis de serem estimados, mas uma equipe de químicos da Universidade de Alberta conseguiu levar a melhor calculando a quantidade de urina.
Através dos adoçantes artificiais consumidos pelas pessoas e que são excretados pela urina, os pesquisadores conseguiram estimar que, em uma piscina comercial de 832.700 litros (o equivalente a 220 mil galões d’água de 3,8 litros), cerca de 75,7 litros, ou seja, 20 galões, são urina. Isso quer dizer que, uma piscina doméstica de mais ou menos 80 mil litros, considerando que sua família tenha vontade de urinar na própria piscina e em piscinas públicas, pode conter cerca de 7,6 litros (2 galões) de urina.
“É verdade que quanto mais urina houver para combinar com o cloro, maior será o nível de cloraminas indesejadas e fedorentas na piscina", explica o grupo Water Quality & Health Council.
fonte:https://extra.globo.com/
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