quinta-feira, 30 de junho de 2022

 

Andreia Horta lembra início da carreira e detalha situação em que abandonou o set ao se sentir desrespeitada


Andreia Horta  (Foto: Reprodução)Andreia Horta (Foto: Reprodução)

 

Andreia Horta, estrela de novelas e do cinema brasileiro, lembrou o início da carreira e citou perrengues da época em que fazia faculdade em São Paulo. A atriz, hoje com 38 anos, comentou num vídeo, por exemplo, que fez trabalhos como figurante.

— Tinha muita humilhação. Não era maneiro. Algumas experiências foram incríveis, inesquecíveis, guardo com carinho até hoje. E outras eu não guardo com nenhum carinho. Algumas coisas relacionadas à maneira como a gente era tratado às vezes, sabe? Na prova de roupa, nas condições de trabalho, o lanche que era servido, a quantidade de horas... Não sei como está hoje porque é um mercado com o qual não tenho mais contato — contou ela, em entrevista ao canal "Meu nome é correria", de Cazé Pecini.

Andreia, que é mineira, fez trabalhos publicitários dos 18 anos 22 anos. Depois de conhecer algumas exigências de empregadores, ela passou a rejeitar certos testes, entre eles os que expunham demais o corpo.

— Em 2022, hoje, essas discussões ganharam muito corpo, muita consciência, muito estudo. A voz dos humilhados e ofendidos se levantou e regulou um pouco como as coisas devem ser. Então, é possível que nessa minha época, de 2001 a 2006, dos meus 18 aos 21 anos, também eu ainda uma menina, entendendo como me defender, como me posicionar, como dizer "não pode falar comigo assim", "assim você não vai falar comigo", eu ia para o banheiro e chorava. Você está ali, precisa fazer aquela parada, entendeu? É honesto, você vai dali para a faculdade, vai dali para a aula (...) Houve uma situação de eu dizer "estou indo embora porque não sou obrigada". E eu dura, fo***, cagada. E eu precisava daquele cachêzinho de figurante. E (na situação, aconteceu) de eu dizer assim: "Vai se fo***, você não vai falar comigo assim. Vou embora e rasgar esse papel aí que eu assinei". Hoje acredito mesmo que as coisas mudaram muito. Era um tempo politicamente incorreto — disse ela. 

Mineira, Andreia também comentou sobre a época em que trabalhou como vendedora de poesias e de bolo em ruas de São Paulo para bancar uma peça:

— Eu morava em Santo André. Na peça, a gente não ganhava nem um centavo. O que entrava de bilheteria era para pagar os técnicos (...) Eu fazia uma receita de bolo de laranja da minha mãe, que era facinho (...) E aí eu vendia a R$ 1 o pedaço na época. Embrulhava no papel alumínio e vendia na porta do centro cultural (...) Então, teve esse bolo que fiquei vendendo um tempo, vendia para a galera do elenco, para o pessoal do centro cultural. Até ganhar a freguesia, de a galera saber que o bolo era honesto e bom, levou o tempo da temporada. Mas quando acabou a faculdade, eu estava com vontade de ter alguma coisa autoral. Eu precisava gerar a renda de uma coisa sem ter que pagar para ninguém. Peguei tudo o que tinha escrito nos caderninhos (...) e fiquei vendendo na rua.

fonte:https://kogut.oglobo.globo.com/

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